Os técnicos introduziram o aparelho por meio de um tubo nesta sexta-feira
Tóquio - A operadora da usina nuclear de Fukushima começou nesta sexta-feira a explorar, com a ajuda de um robô telecomandado, o reator 1, um passo importante para a retirada do combustível do interior.
Os técnicos introduziram o aparelho por meio de um tubo e começaram a operá-lo, por controle remoto, para que alcance a parte superior do recipiente de contenção.
Se a operação for bem-sucedida, os técnicos da Tokyo Electric Power (Tepco) poderão conseguir, pela primeira vez desde o acidente de 2011, observar o interior do depósito e o estado em que encontra o óxido de urânio fundido no seu interior, o que era impossível até agora devido aos elevados níveis de radiação.
O robô tem como missão medir os níveis de radiação e a temperatura no interior, bem como recolher imagens.
A Tepco acredita que a perda de refrigeração provocada pelo terremoto e tsunami há quatro anos fez com que o combustível nuclear dos reatores 1, 2 e 3 se fundisse, perfurando os vasos de pressão. Posteriormente, eles teriam se acumulado no fundo dos vasos de contenção - que atua como uma espécie de couraça exterior.
Até agora, os técnicos só conseguiram obter imagens do interior do reator geradas através de uma tecnologia que detecta a presença da partícula chamada muón.
Essas impressões - similares a uma radiografia - mostram que a maior parte do óxido de urânio do reator 1 se fundiu após o acidente. Na operação, a Tepco quer obter dados sobre os níveis de radiação e imagens da parte superior do vaso.
O robô, construído em forma tubular e articulado para contornar obstáculo, está equipado com câmeras, um termômetro e um dosímetro que calcula os níveis de exposição radioativa.
Desenvolvido pela Hitachi General Eletric Nuclear Energy e o Centro Internacional de Desmantelamento Nuclear do Japão, o equipamento pode funcionar por cerca de 10 horas em locais onde a radiação danifica outros dispositivos eletrônicos.
Espera-se que no futuro uma nova versão do robô resistente à água seja capaz de explorar a parte inferior do vaso de contenção, onde está acumulado o líquido dos sistemas de refrigeração e também o combustível fundido.
A retirada do combustível nuclear é a operação mais complexa e delicada do longo processo para desmantelar a usina, um trabalho que pode durar até 40 anos.
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