quinta-feira, 9 de abril de 2015

Hackers: saiba por que as empresas devem contratá-los






Você contrataria um hacker para trabalhar na sua empresa? Tendo acesso a dados sensíveis e privilegiados, com poder para desestruturar uma rede ou traficar informações? Embora o cenário soe assustador, se colocado dessa forma, o mercado costuma trazer para dentro de casa quem aprendeu a agir por conta própria. Na verdade, há até uma certa "briga" por gente com título de hacker no currículo.
O hacker é naturalmente curioso e autodidata, além de ter um pensamento fora do comum. Quando levado para dentro da empresa, ele geralmente figura entre os poucos que conseguem enxergar soluções fáceis para problemas complicados por não estar com a cabeça focada em protocolos, mas sim em resultados.
"Um bom policial conhece o que o criminoso é capaz de fazer", compara Mauro Back, sócio da ClearSale, onde chefia as áreas de pessoas e tecnologia. Na sua empresa não há hackers contratados, mas eles atuam lá por meio de uma terceirizada, segundo Back; e justamente na área de segurança.
Há perigos? Sim, como os expostos lá no começo do texto, mas o executivo lembra que o hacker nada mais é do que um especialista e, ao contratar um especialista "formal", corre-se os mesmos riscos. "Eu dou dados, informações de banco de dados", revela antes de lembrar: "Existe um grupo de pessoas na empresa em que você tem de confiar, se não você não faz nada."
"Uma contratação desse tipo envolve um pouco de risco, já que as empresas precisam mapear com cuidado os profissionais e buscar aqueles que desenvolvem uma carreira hacking genuína, para utilizar seus conhecimentos em favor das empresas contratantes", ressalta Camillo Di Jorge, country manager da ESET no Brasil. "Esse profissional deve também estar disposto a seguir as regras e políticas da corporação, uma vez em que está habituado a trabalhar em ambientes informais."
Di Jorge publicou recentemente um artigo em que analisa os pontos positivos e negativos na contratação do hacker, lembrando que há uma demanda alta por esse tipo de profissional. Tão alta que surgiram sites especializados para essas contratações - dentre os quais o The Hacker's List.
A diferença entre hacker e cracker, vista com importância por quem atua no meio, pode servir como base na hora de avaliar uma possível contratação, porque, enquanto o primeiro está mais focado no aprendizado, o segundo segue tendências criminosas. Entretanto, como com passar do tempo a figura do hacker acabou se misturando com a do cracker, defender a especificação às vezes soa como preciosismo, já que as empresas que topam com hackers automaticamente os ligam a atividades obscuras.
"Por trabalharem no anonimato no passado, os hackers ainda são muito associados a pessoas que roubam informações e aplicam golpes na internet. No entanto, o hacker é um profissional que utiliza seu conhecimento para indicar as possíveis falhas no sistema segurança da informação das empresas. Porém, por conta do crescimento de ataques virtuais, suas habilidades são cada vez mais requisitadas e o preconceito em relação a suas atividades tem diminuído", defende Di Jorge.

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