quarta-feira, 15 de abril de 2015

Com acidentes constantes, medo de viajar de avião causa ( Avio fobia ) em 210 milhões de pessoas


Os sintomas incluem ter pensamentos catastróficos a respeito da experiência", disse um psicólogo da USP



São Paulo - Apesar de não ser oficialmente reconhecida pela psiquiatria atual como uma doença, a aviofobia, o medo de viajar de avião, atinge mais de 210 milhões de pessoas no mundo.

Segundo estatísticas, 6,5% da população que voa sofrem do mal, explica o psicólogo Cristiano Nabuco, diretor do Núcleo de Terapias Virtuais, da Universidade de São Paulo (USP).

“Os sintomas normalmente incluem ter pensamentos catastróficos a respeito da experiência do voo, insônia, taquicardia, aumentando episódios à medida em que a data do evento se aproxima”, relata o especialista.

“Finalmente, muitas pessoas ficam tão perturbadas que desistem de voar; ou tentam e sofrem ataques de pânico”, acrescenta.

Nabuco cita ainda casos de aviões que, depois de terem taxiado, precisam voltar para deixar passageiros no saguão. “Finalmente, e muito comum, há muitos ainda que usam álcool ou medicação para dormir”.

Ansiedade
O assistente social Zoran Simic, que vive na Suíça, conta que o nervosismo vem um dia antes da viagem: “É como enfrentar um desafio de alto risco; você não sabe se vai conseguir escapar, se vai sobreviver. Fico muito ansioso, mas sem entrar em pânico. Sempre carrego um medicamento, por precaução, mas nunca precisei usar. Eu tento não me entregar ao medo, eu me concentro no momento, foco no presente, é quase uma meditação.”

Ele disse que essa ansiedade vem desde a infância, sem ser influenciada por atentados ou notícias como o recente caso do piloto alemão da Germanwings.

Cristiano Nabuco propõe uma terapia virtual para lidar com a aviofobia, com o princípio de expor o organismo humano progressivamente a esse estímulo aversivo, até que se crie, naturalmente, uma tolerância.

“Desenvolvemos um programa em realidade virtual, onde o paciente passa por todas essas experiências”, explica. “Ou seja, o cérebro emocional, mesmo sabendo se tratar de uma experiência que não está realmente existindo, reage como se fosse diante da realidade, e dessa forma o paciente vai aumentando a tolerância para lidar com o medo”.

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