segunda-feira, 13 de abril de 2015

Japonês inventa a morte de 12 parentes e veja o que acontece no trabalho

Mentir para faltar ao serviço pode causar uma série de prejuízos à empresa



Sendai - Conhecida no Brasil como “Licença Nojo”, o sistema que permite tirar folgas no caso de morte de algum parente também existe no Japão e funciona de acordo com os critérios de cada empresa. No geral, a licença pode ser de 1 a 10 dias, dependendo do grau de parentesco com a pessoa que faleceu.

Ao saber disso, há casos de pessoas que forjam a morte de parentes próximos para tirar folgas de forma ilegal. Um dos exemplos mais conhecidos é do funcionário público Shigenori Natori, de Sendai (Miyagi), que inventou a morte de 12 parentes em um período de cinco anos para faltar o serviço.

Natori foi descoberto em janeiro de 2014, quando tentou justificar uma falta com o falecimento de um tio. No entanto, o funcionário já havia utilizado o nome do mesmo tio em 2010, o que fez com que a mentira viesse à tona. O caso de Nattori resultou em demissão e no pagamento de ¥500 mil, cálculo do valor recebido pelos 16 dias de folgas ilegais.

Demissão legalDe acordo com o site Bengoshi News, que faz esclarecimentos sobre o mundo jurídico no Japão, é possível que uma mentira para faltar o serviço, quando descoberta, possa acabar em uma demissão legal por parte da empresa.

Para o advogado Hiroyuki Doi, que atua em Sendai, forjar a morte de um parente para faltar o serviço pode causar uma série de prejuízos para a empresa, o que justifica a demissão legal.

“Há muitos casos em que o funcionário não recebe, no entanto, isso não significa que não haja prejuízos financeiros para a empresa. Com a falta de um empregado, o plano de trabalho sofre influência e, em muitos casos, os colegas acabam tendo que assumir tarefas extras”, explica.

Além disso, para o advogado, uma mentira no trabalho pode gerar mais do que uma simples demissão, resultando em uma “expulsão como penalidade”. Neste caso, o trabalhador terá mais dificuldades para conseguir um novo emprego após a demissão. Quando o problema ocorre com funcionários públicos, há também a perda do direito de atuar no serviço público.

Para Doi, a possibilidade de receber uma pena mais pesada é lógica, pois a mentira é uma falta grave no trabalho. “O usuário faz um mal uso de uma licença que surgiu para dar assistência psicológica para as pessoas que perdem parentes próximos. Se outros funcionários passarem a fazer o mesmo, ninguém mais respeitará as regras do trabalho”, afirma.

No entanto, Doi explica também que tudo irá depender da situação e da empresa. “Cada caso é analisado de forma individual. A decisão de dar uma penalidade mais pesada ou não irá ocorrer de acordo com a estrutura básica da empresa e o número de vezes em que o funcionário mentiu”, disse.

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