sexta-feira, 10 de abril de 2015

Estrangeiros ilegais encerram greve de fome em Ibaraki-ken JAPÃO




Um grupo de 20 estrangeiros estava protestando por liberdade e melhoria desde o fim de março em Ibaraki



Ushiku - Desde o fim de março, estrangeiros ilegais que estão detidos em uma instituição de acolhimento no Centro de Controle de Imigração em Ushiku (Ibaraki), administrado pelo Ministério da Justiça, estavam fazendo greve de fome por uma série de reinvindicações para as autoridades.

O relatório enviado pelos estrangeiros no dia 30 de março recebeu uma resposta do diretor da instituição, Masafumi Sato, na segunda-feira passada. Na última terça-feira, os ilegais encerraram a greve de fome após uma reunião com um representante do local, informou a revista semanal Kinyoubi News na sexta-feira.

De acordo com a reportagem, um grupo de manifestantes havia enviado às autoridades um pedido de liberdade provisória, que foi negado sem justificativas claras.

O órgão apenas disse que ia demorar para analisar a situação, o que causou dúvidas e insatisfações no grupo. Com isso, cerca de 20 estrangeiros iniciaram a greve de fome e também uma paralisação em um local do centro.

No dia 27 de março, o grupo foi tirado a força do local de protesto por uma equipe de 50 guardas. Durante o confronto, um brasileiro feriu o braço direito e foi levado ao hospital. No relatório, os estrangeiros fizeram também uma solicitação de tratamento médico mais adequado e de pedido de desculpas por parte do órgão.

Na última segunda-feira, o relatório de resposta aos estrangeiros foi colado em um mural da instituição e, na mesma noite, houve uma reunião entre os ilegais e um representante do centro. Na ocasião, a funcionária Kimiko Tanaka falou em nome da instituição e fez esclarecimentos conforme os dados do relatório de resposta.

Tanaka enfatizou para os estrangeiros que eles só estão acolhidos no local porque precisam voltar aos países de origem. Quanto aos pedidos de liberdade provisória, a funcionária explicou que o órgão precisa analisar os casos individualmente, o que deve levar algum tempo.

Com relação ao brasileiro ferido, a representante afirmou que ele está fazendo o tratamento necessário e que qualquer pessoa do grupo poderá ser levada a um hospital local para qualquer tratamento de saúde sempre que houver uma solicitação.

De acordo com a publicação da revista, os estrangeiros não ficaram totalmente satisfeitos com a resposta do órgão, mas encerraram a greve de fome devido aos esclarecimentos e promessas de melhorias no atendimento médico.

Acolhimento de estrangeiros ilegaisNo Japão, há três locais de acolhimento que reúnem estrangeiros com situação ilegal no país. Na instituição de Ushiku, há capacidade para 700 ilegais enquanto aguardam as resoluções dos casos para poder voltar aos seus países de origem. Na cidade de Ibaraki (Osaka), cabem 300 estrangeiros na instituição, enquanto que em Omura (Nagasaki) existe espaço para 800.

Durante a greve de fome em Ushiku, um iraniano com hipertensão desmaiou no início de abril e foi levado às pressas para um hospital. Recentemente, houve quatro casos de mortes nas instituições que abrigam estrangeiros ilegais, sendo que dois deles ocorreram em Ushiku.

Entre os casos, há suspeitas de que alguns óbitos ocorreram por atraso no socorro prestado pelos centros de imigração. De acordo com a revista, é possível que aconteça outras situações semelhantes se não houver uma reformulação na administração dos centros que acolhem refugiados no país.

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