terça-feira, 14 de abril de 2015

Cirurgião que vai fazer o 1º transplante de cabeça humana pede a Bill Gates que patrocine

O cirurgião italiano que pretende ser o primeiro a realizar um transplante de cabeça (ou de corpo, dependendo do ponto de vista) precisará de US$ 13 milhões para tocar o experimento. E ele pretende pedir ajuda a alguns figurões da tecnologia.
Em entrevista à Vice, o doutor Sergio Canavero avisou que aproveitará uma conferência que ocorrerá em Annapolis (EUA), em junho, para enquadrar pessoas como Bill Gates e Mark Zuckerberg para que "assinem um cheque" em nome da iniciativa.
"Você pode escrever isso: pedirei a Bill Gates para patrocinar essa cirurgia", disse ele, que afirma ter "pastas cheias de e-mails de gente disposta a passar pela cirurgia".
O escolhido é um russo de 29 anos chamado Valery Spiridonov, que sofre de um tipo de atrofia muscular espinhal para o qual ainda não existe nenhum tipo de tratamento conhecido.
A cirurgia está programada para ocorrer em 2017, durante 36 horas, com a ajuda de 150 médicos .

Uma equipe de médicos liderada pelo cirurgião italiano Sergio Canavero está planejando o primeiro "transplante de cabeça" da história. O procedimento, que colocará a cabeça de uma pessoa em outro corpo, deve levar 36 horas ao todo, exigindo uma equipe médica de mais de 150 pessoas.

O paciente que passará pelo procedimento é o russo Valery Spiridonov, de 30 anos. Spiridonov é portador da Doença de Werdnig-Hoffman, um tipo de atrofia muscular espinhal que resulta em enfraquecimento muscular para o qual ainda não existe nenhum tipo de tratamento conhecido.

Procedimento

Durante o procedimento, a cabeça de Spiridonov será resfriada, para desacelerar a taxa de decomposição de suas células. Em seguida, as veias e artérias do pescoço serão ligadas a máquinas que manterão o fluxo de sangue na cabeça durante o transplante. A medula espinhal será então rompida e preparada para encaixe no novo corpo.

Serão utilizadas injeções de polietileno glicol para auxiliar na fusão dos tecidos conjuntivos e células. Por último, os músculos, nervos, artérias e veias da cabeça de Spiridonov serão conectados ao novo corpo. A recuperação pós-operatória deve levar até um ano, segundo os médicos.

Riscos

Obviamente, a operação apresenta riscos enormes. As dificuldades do procedimento cirúrgico são apenas alguns deles, pois existe também a possibilidade de que o corpo novo rejeite a cabeça. Segundo Arthur Caplan, diretor de ética médica do Langone Medical Centre na Universidade de Nova York, é possível também que o corpo seja "sobrecarregado por novos caminhos e química aos quais não está acostumado e fique louco".

Comentando sobre a operação, o doutor Hunt Batjer, presidente da Associação Americana de Cirurgiões Neurológicos, disse que "não desejaria isso para ninguém" e que "não permitiria que alguém fizesse isso comigo, pois há muitas coisas piores que a morte".

Em 1970, um procedimeno semelhante foi realizado em um macaco. Ele sobreviveu à cirurgia, mas viveu apenas oito dias depois, pois o corpo rejeitou a cabeça. Além disso, a tecnologia da época não permitiu que a nova cabeça se conectasse apropriadamente à nova medula.

Veja abaixo um TED Talk com Sergio Canavero, no qual ele fala sobre as tecnologias que permitem esse tipo de procedimento:

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